terça-feira, maio 01, 2007

É melhor ser alegre que ser triste?



David desconfia de gente feliz demais. Tipo aquelas de comerciais de margarina ou de Molico. Porque ninguém é 100% feliz e a propaganda devia mostrar isso. Seria natural se ele não fosse planejador da DDB de Londres. Mas é o que ele pensa e até inventou um termo que traduz esse pensamento e pode até soar meio “emo”: sad-vertising. Uma propaganda "triste", seria menos artificial e mais profunda, mais verdadeira.

Assim, mais do que bem-humorados e descontraídos, os anúncios deveriam refletir os nossos sentimentos mais complexos e as nossas mais profundas emoções humanas, mesmo que não sejam totalmente positivas, como a tristeza, a raiva, o medo ou o ciúme.

No artigo em que apresenta o termo, ele até compara as marcas com pessoas e questiona se sairíamos com alguém que tem apenas qualidades, disfarçada em sua aparente felicidade, mas totalmente “fake” ou preferiria alguém mais parecido com você, verdadeiro em seus defeitos e fraquezas?

Pois pra ele, mais do que apenas agradar, uma propaganda tem que fazer sentido e causar identificação. E as marcas têm que ter coragem para despertar no consumidor algo que não seja necessariamente alegre.

E você, o que acha disso?


Quer saber mais?
The Admap article in full | Feel anything?
Sad-vertising | estalo.org
Should Ads Be Happy? | Scamp

3 comentários:

Fabricio Teixeira disse...

Realmente, a publicidade "shinny-happy-people" está cada vez com menos espaço... Mas tem horas em que ainda preferimos sim uma boa utopia =)

Conrado Ruggieri disse...

Partilho da opinião do David e do Fá.

A publicidade "shinny-happy-people" serve de contrapeso para jornais sensacionalistas, assaltos, terrorismo e etc. É fuga para a política do medo.

Vi este anúncio ano passado, mas continua arrepiante. Muito bom.

Valeu, Gai!

Bruno Chenque disse...

"a publicidade não tem que causar identificação, ela tem ser aspiracional", disse em um de seus podcasts Walter Longo, mentor estratégico da Y&R e sempre conselheiro de Roberto Justus. Se a gente juntar essa afirmação às constantes esbravejadas da galera de criação que afirma que a publicidade é arte - e arte muitas vezes é aspiração, quase que podemos concluir que a publicidae é realmente pura aspiração. Mas olha a contradição: pessoas mais racionais tendem a preferir propagandas objetivas, mas, inconscientemente, são fortemente atraídas pela atitude da Nike, pelo companheirismo do Johnnhie Walker ou pela liberdade da TIM. Então, acho que concordo com o Fabrício. Mas, com o crescimento da web 2.0 e a possibilidade de não ver propaganda na TV, será que esse modelo vai se sustentar?!