terça-feira, abril 17, 2007

Você acredita no Second Life?


Hoje cedo o IG reuniu algumas pessoas do mercado publicitário brasileiro para anunciar oficialmente a chegada do Second Life no Brasil. Aqui em nosso país teremos a primeira adaptação do programa para o idioma local, tutoriais de como usar desenvolvido de acordo com hábitos de navegação do brasileiro, possibilidade de comprar "Linden" por boleto bancário ou cartão de crédito nacional, entre outras coisas.

Durante o evento, e conversando com as pessoas que lá estavam participando comigo, alguns questionamentos foram feitos que implicariam no sucesso ou não do programa aqui no Brasil. Como não sou jornalista e não precisaria ser imparcial ou apenas informativo, vou dar minha opinião.

Como profissional de web, que atende contas online, questiono pontos como:

- Para entrar no Second Life é necessário um bom computador que atenda várias especificações, pois do contrário você corre o risco de ser uma mancha cinza olhando para vários polígonos cinzas. Se no Brasil ainda temos uma barreira de internautas com acesso a banda larga, quem dirá usuários com computadores como os necessários.

- Suponhamos que eu trabalhe na agência que atenda a conta do banco HSBC, e imaginemos que esse banco seja detentor da cota única do seu segmento nos Estados Unidos, com uma campanha toda desenvolvida nesse mundo virtual. Se aqui no Brasil o dono da cota única for o Bradesco, como faço uma campanha mundialmente alinhada? O Second Life não é um programa globalizado?

- Segundo os palestrantes, 41% do público é formado por mulheres, e ainda a média de idade dos usuários é de 33 anos. Se, como eles mesmos explicam, não são necessários muitos dados para cadastro e o programa proporciona você ter a liberdade que quiser em um outro mundo, como saber se esse público é realmente quem diz ser? A propaganda vai atingir quem ela acha que está impactando?

Entre outros pontos, esses já são suficientes para eu não me sentir seguro em oferecer aos meus clientes. Não posso dizer que não vai funcionar, mas pelo menos por enquanto me parece que tem mais impecilhos do que propulsores para essa "rede de relacionamento" ir para frente.

Pessoalmente, como consumidor que tem atividades cotidianas e será alvo do Seconde Life, devo admitir que tenho receio de encontrar alguém beijando o monitor e com tendinite por esforços repetitivos. Eu realmente espero que as pessoas prefiram andar de bicicleta a sentar no computador para comandar um avatar num mundo imaginário. Me assusta pensar no Second Life como um "outro mundo para você fazer o que quiser e diferente de um game". Se fosse um game, estaria mais tranquilo pois sei que seria para entrar, jogar, se divertir e sair para namorar.

(Essa história toda me lembrou um episódio de South Park que eles definham em frente ao computador para ganhar o jogo. O original foi retirado do YouTube, mas dá para ter uma idéia aqui)

5 comentários:

Fabricio Teixeira disse...

Acho que hoje em dia faz-se coisas para o Second Life muito mais pelo hype do que pelos resultados concretos. Não acredito que o SL venha a se tornar uma plataforma tradicional de mídia, justamente pelos impedimentos que você citou. Ou o iG aproveita para fazer algumas mudanças no modelo de negócios do mundo virtual, ou logo essa febre toda passa (ou estabiliza).
=)

Guto Okamoto disse...

Concordo totalmente com o Fê e com o Fabrício.

É muito mais pelo Hype mesmo, e cada vez surgem coisas bizarras, como a TAM, que começou a oferecer vôos no Second Life (mas...os usuários não podem voar?)

Tá, no SL você pode ir mais a fundo com a tal "experiência do usuário", mas cara, quem no Brasil usa o Second Life? O número de usuários é muito baixo em relação ao investimento que tem que ser feito, fora que as empresas costróem ilhas e nem divulgam as SLurls. Fazer um projeto de SL só pra fazer buzz e aparecer no G1 é um desperdício de dinheiro.

Eu particularmente não aguento mais escutar em Second Life!

Agatha disse...

é, além de tudo isso, tem a história sobre a qual já falamos no post dos blogs corporativos, será que está alinhado com a comunicação da marca?

apesar de ser uma pessoa que adora todas as novidades e às vezes, acaba aderindo sem critério, eu particularmente, estou bem reticente em relação ao sl. acho que é uma modinha que foi até mais longe do que a maioria previa...

bu disse...

Ando reticente tb, mas concordo em partes que não vai pra frente, uma vez que os bigs esão apostando com td. E o investimento não é pouco. Second Life pra quem espera por Third Life. E como tem quem espere. Já viram KitKat no You Tube? (http://www.youtube.com/watch?v=OrAHBk4ZAeQ) Bizzar. E é por aí que vai!

Anônimo disse...

se sl fosse esse eldorado q dizem, não teria mais gente pra varrer a rua, estaria todo mundo conectado ganhando dinheiro.

o lance é usar aquilo pra lazer. produtos são desvalorizados pelo copy/paste.