terça-feira, março 20, 2007

A tal Arquitetura de Informação

- Mas você faz o quê lá na agência?
- Trabalho com Arquitetura de Informação.
- Aaaahh... (pausa)... Bom, e você gosta?

Não dá pra culpar alguém por não saber o que é Arquitetura de Informação, ou dizer que a pessoa está por fora do mundinho "internet, tecnologia e afins". Eu também não sabia do que se tratava, até uma semana antes de virar um arquiteto.

Segundo a Wikipedia, Arquitetura de Informação consiste na "estruturação das informações de sistemas computacionais de forma lógica e na criação de soluções quanto à organização visual destas informações". Ou seja, como organizar sistemas e interfaces de forma que eles consigam ser usados com facilidade a fim de atingir um objetivo. É um conceito não tão recente, mas que adquiriu força renovada com o crescimento da internet e o surgimento de websites cada vez mais complexos (e que precisam ser apresentados ao usuário de forma cada vez mais simples).

Um Arquiteto de Informação – ou simplesmente AI – é o cara que pensa no funcionamento de um website antes que ele entre em desenvolvimento. É quem faz o meio de campo entre as regras de negócios do cliente (o dono do website), as orientações de planejamento estratégico, as necessidades e desejos do usuário e as possibilidades técnicas de desenvolvimento – colocando, sempre que possível, uma boa dose de criatividade e inovação ao que está sendo construído. Esqueça as cores e formas que você vê nos sites que visita diariamente: o arquiteto produz documentos em preto e branco e lida muito mais com usabilidade do que com design.

O que define um site com uma boa arquitetura?
Depende para quê serve o site. No caso de um e-commerce, por exemplo, o site funciona bem caso o usuário consiga encontrar o produto que deseja em poucos cliques, consiga obter informações relevantes sobre o produto e, principalmente, consiga concluir o processo de compra sem dificuldades. Mais do que isso, a AI pode ajudar o site a parecer mais confiável ao comprador, fornecer-lhe ajuda no momento em que mais precisa e ainda possuir ferramentas interativas que tornem o site diferente de outras lojas virtuais concorrentes (lojas estas que "estão a apenas um clique de distância", como cansamos de ouvir por aí).

No caso de um hotsite de uma promoção, a história já é outra. O que importa é a experiência que o usuário tem com a marca, e o que importa mais ainda é que ele seja conduzido a efetuar um cadastro, por exemplo. A arquitetura de informação – aliada a um bom design e a uma interface cuidadosamente programada – pode fazer com que o preenchimento de um formulário de quatro páginas se torne a experiência mais agradável do mundo. Não duvide disso.

Legal! Qualquer um pode ser um arquiteto?
Sim. Qualquer um que goste bastante de internet, tenha noções básicas de desenvolvimento e acima de tudo seja organizado e detalhista. Não existe uma graduação específica para a área: desde publicitários até cientistas moleculares podem se tornar arquitetos de informação. Em épocas de web2.0, sites colaborativos e marketing interativo, o que não falta é trabalho para estes profissionais.

Quer saber mais?
The Information Architecture Institute
Arquiteturadeinformação.com
Mais sobre a documentação de AI

Um comentário:

Agatha disse...

Acho que é como um quarto bagunçado, que sem uma certa "arrumação", a gente acaba não achando nada, ou, se preferir, acaba perdendo coisas.

Sem dúvida, uma das funções mais importantes na construção de um projeto, pois o que basta ter um site bonito e cheio de conteúdo se não se acham as informações? Um grande desperdício...

Valeu o post, Fá!
Profissão perfeita pra um neurótico feito você...
=)