quinta-feira, março 22, 2007

Reduce Reuse Recycle

Muito se fala em marketing social. É preciso ter cuidado! Uma coisa é ajudar, outra é acabar tendo seu produto ou marca rotulada de oportunista. Lembram-se da Red Bull e do buraco? Melhor mudar de assunto.

Mas eis que a neutralização de CO2 virou moda, e todo mundo resolveu embarcar. É empresa anulando viagens de executivos, celebridades que plantam florestas, todo mundo virou eco-bacana. Até uma cidade “CO2 Neutral” é proposta, patrocinada pela Toyota.



Eu gosto de ver a coisa por outro prisma. Acreditar que podemos ter boas ideias e dormir sabendo que fizemos um bem para planeta. E não se trata apenas de um projeto de sustentabilidade, mas de conceito empresarial.

O melhor dos exemplos eu conheci através da Ello Mobile, uma operadora de celular Belga diferente. Diferente porque seu modelo de negócios permite que 100% dos lucros da empresa, que iriam para o bolso de acionistas, seja usado em programas de sustentabilidade, seja a proteção de florestas no Sumatra ou escolas na América do Sul.

Outra grande sacada veio da Recycle Bank. A idéia aqui também é bacana. Você recebe um container com um código de barras. A medida em que você deposita lixo reciclável no container, ganha pontos, como um programa de milhas. Essas milhas podem ser trocadas por presentes em empresas parceiras do projeto. Ta achando que é merreca, então veja alguns dos parceiros: HP, Coca Cola, Toshiba, Starbucks, Timberland...

Olha só um caminhão recolhendo o lixo



Quer algo mais divertido? Então pense que daqui a pouco tempo, a sua balada quebradeira de todos os dias pode ser alto-sustentável. Como esta em Rotterdam, a Sustainable Dance Club. Pois é amigos, enquanto vcs dançam, sensores captam o movimento do pavimento através de molas e transformam isso em energia. Irado!

Acho que o recado que fica pra nós, marketeiros e publicitários de meia pataca, é que da pra ser criativo e ainda contribuir para que nossos filhinhos vivam num mundo melhor (que piegas...argh). Tipo essas japinhas simpáticas

7 comentários:

Fabricio Teixeira disse...

Tomara que alguma coisa seja aproveitada para o bem efetivo do planeta, com essa modinha de eco-friend. Aliás, tô querendo assistir o A Inconvenient Truth!

Ah, e tem uma música do Jack Johnson que chama 3R, e também fala de Reduce, Reuse e Recycle:
http://www.youtube.com/watch?v=NnLZDbaoqC4
Bem mais bacana do que essas japinhas frenéticas...

Conrado Ruggieri disse...

E ótimo conhecer projetos que realmente funcionam, diferentes de ações ridículas como a iniciativa ecológica da Honda (desculpem, mas uma empresa de grande porte como essa, que gasta bilhões em automóveis movidos com petróleo, criar um site para que outras pessoas/empresas façam alguma coisa é, no mínimo, cômico).
Curiosidade: sabiam que com apenas 2 garrafas PET você fabrica uma camiseta?

Post mais que pertinente!

Valeu, Tig.

Thiago Onorato disse...

Putz Con, mas vc não acha que pelo menos eles estão com essa iniciativa pioneira na industria? Porque velho, lembra do "GRRhhh"? Eles já vem trabalhando com essa coisa de reduzir a emissão de poluição, seja no processo de fabricação ou na tecnologia dos motores. Vale lembrar que na Veja dessa semana foi muito comentado o preço que os Chineses estão pagando para uma taxa de crescimento de 10% ao ano: as cidades mais poluidas do mundo! Os carros que mais problemas apresentam, sem nenhuma preocupação ambiental. Enfim, coisa pra outro post.

Conrado Ruggieri disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Conrado Ruggieri disse...

Nesse ponto você tem razão, Tig. Ao menos eles jogaram um carta na mesa. Mas ainda sim acredito que eles possam fazer algo mais concreto e significativo, como patrocinar efetivamente um projeto 'eco-healthy'. Por que não bancar uma ong de proteção ambiental? Existem milhões de projetos desse tipo que precisam de grana para serem implantados.
Não é só isso. Há também nossa parcela de 50% de culpa, com certeza. Comodismo é um câncer.
Enfim, são n pontos a se discutir.
Ah, dê uma olhada nisso.

Se tivesse um chuveiro aqui no trampo, eu viria trabalhar de bike todos os dias. =D

Unknown disse...

Bom, como tudo envolve comércio... Eu tenho uma amiga que trabalhou na Bolsa de Valores e me explicou mais ou menos como funciona o comércio de CO2(não lembro ao certo, pra falar a verdade). Parece que as empresas dos países que assinaram o protocolo de Kyoto têm uma cota máxima de CO2 para atingir , aí, uma forma que encontraram para elas não terem que diminuir sua produção foi o comércio de carbono. E aí, onde entramos? Então, esse comércio permite que empresas estrangeiras comprem das empresas daqui a cota de CO2 que pode ser liberado(as daqui devem produzir menos e com isso poluir menos). Ou seja, tanto as empresas que compram cotas quanto as que vendem ficam bem na fita. Mais ou menos isso pelo que eu entendi.

Hasta!!!>>>Lui

gaitha disse...

Bom, hoje em dia, é extremamente difícil saber até onde as empresas são capazes de ir para ganhar uma grana a mais. No fundo, muitas vezes, esse posicionamento de "empresa do bem" é apenas uma forma diferente de conquistar cliente.
De qualquer forma, mesmo que a razão seja apenas mercadológica, que eles o façam. Pois já que vão cobrar uma grana pelos produtos, que doem uma parte para quem precisa, certo?