sábado, março 31, 2007

Cantiga de acordar



Piauí é um dos estados mais pobres do Brasil. Também é uma palavra de 5 letras e 4 vogais. João acordou com esse nome na cabeça e decidiu que esse seria o nome da sua revista.

A piauí tem 64 páginas, poucas, mas cheias de linhas de artigos. Numa época de “snack culture”, causa estranheza ver páginas inteiras cobertas por uma grande quantidade de palavras e poucas imagens. Textos de nomes consagrados do jornalismo, escritores iniciantes e até sem nenhuma assinatura.

Ela fala de tudo. E como eles mesmos dizem, “valem todos os temas, desde que tratados com inteligência: esporte, saúde, política, arte, odontologia, telenovelas. Até a tolice, se tratada com inteligência, melhora um pouco”.

Na edição de março, tem um texto falando de uma estranha doença que mata de insônia os membros de uma família italiana quando chegam à faixa dos 40 anos. Também tem os quadrinhos do Art Spiegelman, o único quadrinista a ganhar o Pulitzer de literatura. E o perfil da família Gomes, do Ciro, o deputado federal mais votado do Brasil. Uma verdadeira oligarquia. Apesar disso, a piauí não tem posicionamento político. Ela apenas quer contar histórias com bom humor.

Histórias de gente anônima ou conhecida, bacana ou velhaca, inteligente ou mentecapta. Do trabalho delas, dos seus amores, das suas alegrias e das coisas que lhe interessam.

Pra ler, guardar e lembrar sempre.

sexta-feira, março 30, 2007

Design Portfolios










Dois portifólios muito bacanas que eu conheci hoje: Justin M. Maller e Vandal. Ah, e também um blog que reúne trabalhos de diversos designers web brasileiros.

Falando em portifólios de design, o do Mario Belém foi atualizado por esses dias. Como de costume: impressionante!

quinta-feira, março 29, 2007

Criação de personas










Parece que a utilização do método de criação de personas no planejamento de campanhas tem se refletido cada vez mais na própria mensagem da campanha. A nova campanha do Fiesta e a recente campanha do HSBC são bons exemplos do fenômeno. Como toda campanha online, quando assistidas por um bom plano de mídia conseguem atingir resultados surpreendentes.

quarta-feira, março 28, 2007

Pop Tramps











A descoberta de hoje é o Pop Tramps, um card game em flash criado pelo England Rocks - uma espécie de site-tributo ao Rock'n Roll britânico. De Cris Martin a Ozzy Osbourne, passando por Freddy Mercury e David Bowie, o jogo é uma competição entre rockstars no estilo Super Trunfo. As caricaturas são ótimas =)

terça-feira, março 27, 2007

A Busca na Web

Não querendo dar uma de Alexandre Kavinski ou de Marcelo Sant'iago, mas vou iniciar minha participação no AdRulez falando um pouco de Search Marketing.

Buscar por algo é um desejo natural do ser humano, sempre estamos procurando por alguma coisa. Diariamente buscamos por objetos, por pessoas e principalmente por algum tipo informação específica. Bom, agora eu pergunto para vocês: existe fonte melhor do que a internet para encontrar qualquer tipo de informação?

Para praticamente todos os tipos de perfis que levantarmos no Marplan, veremos que a segunda finalidade de acesso na internet é a busca, perdendo somente para a utilização do email. E por que será que pouquíssimas empresas brasileiras se preocupam com a Busca na Web? Será que atingir o consumidor no momento em que ele está procurando por algo, no exato instante em que ele está interessado no assunto, não é uma boa hora para propagar a sua mensagem?

Os buscadores tem um potencial enorme, e de 2005 pra cá já percebi que houve uma movimentação muito grande por parte das agências com a criação de departamentos especializados em Search Marketing, agora só faltam as empresas se ligarem e começarem a investir na Busca na Web.

Mas o que quero falar não são dos badalados Links Patrocinados, e sim de SEO - Search Engine Optimization. Esse nome gringo todo pomposo, se traduz aqui no Brasil como Otimização de Sites em Buscadores, uma atividade pouco praticada pelas empresas, e muito explorada pela blogosfera.

Mas afinal, pra que serve uma Otimização de Sites em Buscadores?

Otimizar um site é livrar-se de barreiras tecnológicas, criar popularidade dentro de comunidades e tornar o conteúdo das páginas relevantes. O que mais se faz na internet é produzir conteúdo, e o trabalho dos consultores de SEO é justamente guiar essa produção para a relevância. E o que ganhamos com isso? Ganhamos muito, principalmente o interesse dos usuários por terem encontrado a informação que precisavam, e um bom posicionamento nos buscadores, ou seja tráfego qualificado e constante.

Bom, vamos ver um videozinho pra entender melhor o básico da Busca na Web, as técnicas de SEO ficam pra um próximo post. Ah, esse post foi otimizado pra palavra-chave "Busca na Web", que tem cerca de 789 buscas por mês, vamos ver se não gera um bom tráfego pra gente =)



Sites relevantes:
SEOmoz
Search Engine Watch
Search Engine Roundtable

YouTube Awards







Como era de se esperar, Terra Naomi venceu o prêmio de melhor vídeo musical, e o OKGO venceu com o vídeo mais criativo do YouTube Awards (o "Oscar" do YouTube).

Segundo Chris Anderson, criador do termo e do livro Long Tail, essa é a hora em que o sucesso que esses artistas possuem na internet começa a repercutir também em outros meios, para depois voltar para a internet com mais força ainda. Segundo ele, esse escalonamento do buzz é saudável para produtos/artistas de nicho.

Eu e os outros fãs de carteirinha da Terra não poderíamos ficar mais felizes =)

domingo, março 25, 2007

A mais bonita

Estar na moda é pertencer a um grupo. E não estar também é. Poucas coisas além dela diferenciam tanto as diferentes “tribos” e estilos de vida que existem por aí. Se antes as roupas eram usadas apenas para nos proteger do frio, hoje elas são símbolos de status, um item para ser ou não “aprovado”.

Porque a moda é a melhor maneira não-verbal de identificar um indivíduo, de descobrir sua personalidade, sua posição na sociedade. Uma linguagem composta de sinais, símbolos e ícones, como marcas, cortes de cabelo e estampas. Exatamente por isso, ela se apropria de temas de diversas áreas humanas, da música, artes plásticas, passando por tecnologia, gastronomia e até política.

Uma das formas de expressão humana que melhor refletem a nossa cultura. Tudo muda, muito rápido. As coleções são trocadas duas vezes por ano (o que já se estuda abolir, como a Zara, que produz novidades a cada 2 semanas), o que é bonito vira feio em meses, semanas... O que há de mais ansioso e imediatista no pós-modernismo está na moda. A sua atualização constante é sua força motriz, ela precisa se reinventar sempre para sobreviver. É o maior exemplo das mudanças pelos quais passamos constantemente, do “caldo cultural” em que mergulhamos.

Eco-friendly, hippie-chic, bio-artificial, minimals, grups... os rótulos mudam e se ramificam em diversos outros estilos. E acabam por retornar à fonte em que beberam, influenciando e se confundindo com a própria filosofia de vida atual.

Até onde a moda será capaz de se reinventar?



Quer saber mais?
What is Fashion? | Fashion Era
Marketing de Moda
Fashion Bubbles
Fashiontribes.com

quinta-feira, março 22, 2007

Reduce Reuse Recycle

Muito se fala em marketing social. É preciso ter cuidado! Uma coisa é ajudar, outra é acabar tendo seu produto ou marca rotulada de oportunista. Lembram-se da Red Bull e do buraco? Melhor mudar de assunto.

Mas eis que a neutralização de CO2 virou moda, e todo mundo resolveu embarcar. É empresa anulando viagens de executivos, celebridades que plantam florestas, todo mundo virou eco-bacana. Até uma cidade “CO2 Neutral” é proposta, patrocinada pela Toyota.



Eu gosto de ver a coisa por outro prisma. Acreditar que podemos ter boas ideias e dormir sabendo que fizemos um bem para planeta. E não se trata apenas de um projeto de sustentabilidade, mas de conceito empresarial.

O melhor dos exemplos eu conheci através da Ello Mobile, uma operadora de celular Belga diferente. Diferente porque seu modelo de negócios permite que 100% dos lucros da empresa, que iriam para o bolso de acionistas, seja usado em programas de sustentabilidade, seja a proteção de florestas no Sumatra ou escolas na América do Sul.

Outra grande sacada veio da Recycle Bank. A idéia aqui também é bacana. Você recebe um container com um código de barras. A medida em que você deposita lixo reciclável no container, ganha pontos, como um programa de milhas. Essas milhas podem ser trocadas por presentes em empresas parceiras do projeto. Ta achando que é merreca, então veja alguns dos parceiros: HP, Coca Cola, Toshiba, Starbucks, Timberland...

Olha só um caminhão recolhendo o lixo



Quer algo mais divertido? Então pense que daqui a pouco tempo, a sua balada quebradeira de todos os dias pode ser alto-sustentável. Como esta em Rotterdam, a Sustainable Dance Club. Pois é amigos, enquanto vcs dançam, sensores captam o movimento do pavimento através de molas e transformam isso em energia. Irado!

Acho que o recado que fica pra nós, marketeiros e publicitários de meia pataca, é que da pra ser criativo e ainda contribuir para que nossos filhinhos vivam num mundo melhor (que piegas...argh). Tipo essas japinhas simpáticas

terça-feira, março 20, 2007

A tal Arquitetura de Informação

- Mas você faz o quê lá na agência?
- Trabalho com Arquitetura de Informação.
- Aaaahh... (pausa)... Bom, e você gosta?

Não dá pra culpar alguém por não saber o que é Arquitetura de Informação, ou dizer que a pessoa está por fora do mundinho "internet, tecnologia e afins". Eu também não sabia do que se tratava, até uma semana antes de virar um arquiteto.

Segundo a Wikipedia, Arquitetura de Informação consiste na "estruturação das informações de sistemas computacionais de forma lógica e na criação de soluções quanto à organização visual destas informações". Ou seja, como organizar sistemas e interfaces de forma que eles consigam ser usados com facilidade a fim de atingir um objetivo. É um conceito não tão recente, mas que adquiriu força renovada com o crescimento da internet e o surgimento de websites cada vez mais complexos (e que precisam ser apresentados ao usuário de forma cada vez mais simples).

Um Arquiteto de Informação – ou simplesmente AI – é o cara que pensa no funcionamento de um website antes que ele entre em desenvolvimento. É quem faz o meio de campo entre as regras de negócios do cliente (o dono do website), as orientações de planejamento estratégico, as necessidades e desejos do usuário e as possibilidades técnicas de desenvolvimento – colocando, sempre que possível, uma boa dose de criatividade e inovação ao que está sendo construído. Esqueça as cores e formas que você vê nos sites que visita diariamente: o arquiteto produz documentos em preto e branco e lida muito mais com usabilidade do que com design.

O que define um site com uma boa arquitetura?
Depende para quê serve o site. No caso de um e-commerce, por exemplo, o site funciona bem caso o usuário consiga encontrar o produto que deseja em poucos cliques, consiga obter informações relevantes sobre o produto e, principalmente, consiga concluir o processo de compra sem dificuldades. Mais do que isso, a AI pode ajudar o site a parecer mais confiável ao comprador, fornecer-lhe ajuda no momento em que mais precisa e ainda possuir ferramentas interativas que tornem o site diferente de outras lojas virtuais concorrentes (lojas estas que "estão a apenas um clique de distância", como cansamos de ouvir por aí).

No caso de um hotsite de uma promoção, a história já é outra. O que importa é a experiência que o usuário tem com a marca, e o que importa mais ainda é que ele seja conduzido a efetuar um cadastro, por exemplo. A arquitetura de informação – aliada a um bom design e a uma interface cuidadosamente programada – pode fazer com que o preenchimento de um formulário de quatro páginas se torne a experiência mais agradável do mundo. Não duvide disso.

Legal! Qualquer um pode ser um arquiteto?
Sim. Qualquer um que goste bastante de internet, tenha noções básicas de desenvolvimento e acima de tudo seja organizado e detalhista. Não existe uma graduação específica para a área: desde publicitários até cientistas moleculares podem se tornar arquitetos de informação. Em épocas de web2.0, sites colaborativos e marketing interativo, o que não falta é trabalho para estes profissionais.

Quer saber mais?
The Information Architecture Institute
Arquiteturadeinformação.com
Mais sobre a documentação de AI

sexta-feira, março 16, 2007

O mkt q faz diferença

Queremos tornar o AdRulez o mais democrático e colaborativo possível. Então pedimos a colaboração de pessoas diversas. Uma delas é nosso ex-sempre-mestre Marcelo Miyashita, professor e consultor de marketing.

Ele nos mandou um de seus textos mais bacanas. Vale a pena!

:: Muitas empresas têm área de marketing, mas será que ele é praticado mesmo? ::

“Pode-se presumir que sempre haverá necessidade de algum esforço de vendas, mas o objetivo do marketing é tornar a venda supérflua. A meta é conhecer e compreender tão bem o cliente que o produto ou o serviço se adapte a ele e se venda por si. O ideal é que o marketing deixe o cliente pronto para comprar. A partir daí, basta tornar o produto ou o serviço disponível”. Peter Drucker.

Procuro apresentar como o marketing pode ser praticado de modo técnico, planejado, monitorado e mensurado, ou seja, uma visão estruturada dessa atividade que está cada vez mais profissional, mas que ainda carrega estigmas como “marketing é propaganda” ou “marketing só cuida da imagem”.

Sim. Marketing trabalha a imagem da organização e seus produtos. A propaganda é uma ferramenta eficaz na propagação de mensagens, mas, marketing, não é só comercial. É natural que as pessoas tenham esta percepção, afinal é a ponta do iceberg. É o que mais aparece. Só que há mais coisas debaixo d’água, coisas que não são tão visíveis e que fazem o dia-a-dia da prática. Que deve ser assimilada e difundida como filosofia, estruturada e executada com eficácia.

Praticar marketing é observar e captar informações e movimentos do mercado e, a partir disto, formular a proposta mais vantajosa dentro dos objetivos e propósitos do negócio. E para formular certo é preciso conhecer o cliente, suas necessidades, seu comportamento de compra e, principalmente, suas opções. Em marketing não há caro ou barato, quente ou frio, pesado ou leve, feio ou bonito – tudo depende com quem o cliente compara. Um jeans de R$ 500,00 pode ser caro, mas pode ser barato se este for percebido como uma opção similar a um jeans que tem preço de R$ 1000,00. Marketing desenvolve a percepção do quanto vale e não quanto custa, por isso enfatiza o atendimento das necessidades nem sempre lógicas e racionais, também, nem sempre ligadas a status e exclusividade.

Não basta só posicionar e buscar fazer melhor. Tem que fazer diferente, dentro do que o cliente valoriza. Isto é a chamada vantagem competitiva. Algo que você tem, e que o cliente dá importância e não consegue encontrar em outros.

Conceitos de valor.
Para construir percepção de produto ou serviço valioso, primeiro é preciso definir com quem sua proposta será comparada, essa atividade se chama “posicionamento” de marketing. Depois, deve se considerar as opções do cliente, entender como sua solução pode ser melhor dentro de seu propósito. Ou seja, não adianta oferecer o melhor que existe por um preço que o cliente não está disposto a pagar. Inclusive o cliente está cada vez menos disposto a isso, ele é mais pesquisador, argumentador e decidido. E isso não é só porque os tempos estão difíceis como muita gente alega. É porque as propostas e até as estratégias de marketing andam muito parecidas – conclusão, quando na visão do cliente, o produto X é igual a Y, ele vai levar sempre o mais barato, claro.

Quando isso acontece sua proposta vende por si mesma, sem depender exclusivamente da área de vendas. No entanto, é comum verificarmos produtos sem boas propostas de marketing, conseqüentemente, os clientes percebem e acaba sobrando para a área de vendas resolver. Se a proposta por si é vantajosa, a venda é facilitada, fala-se pouco de preço, muito de benefícios, a satisfação é imediata e, se na utilização atenderem a expectativa, cria-se reconhecimento. Ainda mais, se a empresa souber manter contato e relacionamento, cria-se reputação. Isso é marketing. Neste raciocínio todos integrantes da organização devem pensar marketing, visualizar o negócio e propor caminhos criativos para adicionar valor na relação com o cliente. Marketing, como filosofia, é função de todo integrante independente do seu departamento. Num pequeno negócio, o marketing deve estar na mentalidade e na atitude do empreendedor. É básico e é o que encontramos em empresários prósperos.

Práticas de marketing estruturadas.
Numa organização maior, além da postura de cada um, as atividades precisam ser coordenadas por uma equipe. O tamanho desta estruturação, a importância e a amplitude da sua contribuição para os negócios é diretamente proporcional à visão de marketing dos gestores. Em termos práticos, uma empresa pode estruturar três tipos de marketing: operacional, tático e estratégico. O marketing operacional é aquele que cuida das atividades operacionais sem desenvolver estudos e planos de mercado. A maioria das empresas pratica-o, é aquele departamento que cumpre as funções de produzir materiais de venda, atividades de comunicação interna, eventos corporativos, ações promocionais e até campanhas publicitárias. Na visão operacional, o marketing não é propositor, é executor das ações de comunicação. Esse é o marketing, infelizmente, mais praticado pelas organizações. E como é responsável só por execuções, muitos desses departamentos têm equipes reduzidíssimas que terceirizam várias operações.

Já o marketing de atuação tática, vai um pouco além. Tem proximidade muito grande com vendas e atendimento, com acesso a resultados e informações de mercado. É ativa no sentido de apresentar projetos de atuação, para resolução de problemas com soluções pontuais. Envolve-se com as decisões comerciais, a precificação e suas políticas de vendas, com os serviços de pós-venda e também com a gestão dos canais de distribuição e parceiros. Trabalha muito a tática da organização e influencia várias áreas, em virtude disso possui uma estrutura de pessoas maior com vários níveis e por vezes, dividida por área de atuação. Com gerentes de produto, promoção, propaganda, canal de distribuição e tudo que mereça atenção maior e pessoas concentradas para gerar soluções. A organização que dispõe de estrutura de marketing tático é agressiva, pois responde e ativa movimentos demandados pelo mercado.

E o melhor dos mundos é quando se trabalha marketing com postura estratégica. Capaz de operacionalizar, definir táticas e, num horizonte maior, propor planos mais complexos, monitorando a evolução de mercado. Para isso o marketing estratégico investe na captação e análise de informação de tudo que pode influir no sucesso do negócio. Também cuida da disseminação do conhecimento em toda organização, formando pensadores e estimulando idéias e propostas inovadoras. O marketing estratégico estuda o ontem e o hoje com vista no amanhã, desenvolve cenários e busca algo maior que boas táticas, busca a perenidade do negócio pelo alinhamento das suas intenções com os movimentos futuros do mercado.

Pouquíssimas empresas se estruturam para praticar marketing estratégico, algumas desenvolvem marketing tático e, a maioria, faz mesmo marketing operacional. A explicação para isso pode ser a limitação de capital, mas arrisco afirmar que a limitação é mesmo de entendimento da alta gestão – não é por nada que as estratégias de marketing andam tão parecidas. Então avalie o tipo de marketing que sua organização pratica e busque promover a atuação estratégica. Aquele que faz o negócio crescer com fundamentos bem definidos e planejados.

:: Marcelo Miyashita é consultor e palestrante da Miyashita Consulting. É professor e leciona nas instituições: Faculdade Cásper Líbero, Madia Marketing School, IMES, FGV EAESP GVpec, IBModa e UNIP. Conheça seu trabalho: www.consultoriademarketing.com.br ::

quarta-feira, março 14, 2007

Internet? Mera Simulação

Texto do Felipe Quaglietta sobre até que ponto a internet possui conteúdos realmente revolucionários.

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Sempre recebo e-mails de meus amigos acerca das novidades tecnológicas disponíveis na internet ultimamente. A cada dia, vários videozinhos youtúbicos, blogs sobre tecnologia da informação e notícias sobre inventividades eletrônicas me mantém informado sobre o que há de novo. E é exatamente sobre isso que eu quero falar: o que há de novo.

Sei que o que vou dizer não é uma teoria nova. Tampouco fui eu um dos primeiros a pensar nisso. Mas tudo que há de novo não me parece.... novo. Todas as inovações que acompanho hoje em dia não me parecem verdadeiramente inovações, mas sim releituras do mundo não-virtual. Calma, vamo devagar.

Antes de pensarmos na internet, pensemos em termos de hardware e software primeiro. Pensemos no computador. Este para o qual você olha nesse exato instante tornou-se realmente útil como um computador pessoal quando começou a simular atividades simples do mundo real. O Word, por exemplo. O que não é o tal do Microsoft Word senão uma simulação de um papel e uma caneta? Claro, uma simulação com diversas facilidades. Pode-se apagar, reescrever, usar tipografias diferentes... mas, ainda assim, uma releitura da escrita comum. O Excel? Uma planilha com calculadora. Também com seus aperfeiçoamentos, obviamente. Mas desenvolvido e pensado como simulacro de uma coisa que há muito já era feita sem a necessidade de um computador: um alguém amante de exatas preenchendo uma tabela. O Paintbrush? Ora, papel e lápis de cor para desenhar. Os exemplos são muitos, talvez infinitos. Mas meu objetivo aqui é pensar acerca da internet, e não sobre softwares offline. Então, prossigamos.

Tendo em vista que o PC e seus softwares foram criados como uma grande releitura da realidade, com diversos incrementos pensados para facilitar nosso trabalho, analisemos então a internet. O mundo online é também uma espécie de tentativa de reprodução do mundo offline e de suas já existentes e socialmente consolidadas tecnologias. Bóra pros exemplos de novo:
O Youtube. A atual revolução online, recém-adquirido pelo gigante Google por um valor absurdo. Mas o Youtube é composto por... vídeos. Vídeos. Entende? O Youtube não trouxe consigo uma novidade, um invento. O Youtube é um jeito simplificado e aperfeiçoado de se reproduzir... vídeos. Os mesmos vídeos que já existiam desde mil-novecentos-e-irmãos-Lumiére. Logicamente, como acontece com todos os exemplos acima, existe um grande fator facilitador. No caso do Youtube, este fator é a divulgação extremamente simples de todo e qualquer vídeo que se queira disponibilizar. Vídeos caseiros, profissionais, piratas. Estão todos lá. Porém, friso novamente: é um reprodutor de vídeos. Nada de novo inventado aí.
Programas P2P? Bit Torrent, Kazaa, E-mule, o quase finado Napster? Compartilhamento de MP3 gratuito? Maravilhoso. Mas é música apenas. O compartilhamento P2P consegue estabelecer uma fácil e rápida troca de... música. A mesma música que existe desde que... bom, desde que algum quase-homo sapiens pré-histórico fez barulhos repetitivos com a boca. Novamente, não houve um invento. Houve uma maneira de se reproduzir e compartilhar algo já existente, algo já consolidado. Música. Messengers? MSN? Vai dizer que você nunca trocou bilhetes em sala de aula? Hoje em dia, via messenger, consigo trocar bilhetes com alguém na Malásia, verdade. Mas continua uma troca de bilhetes. Do mesmo tipo que minha mãe fazia com suas amigas quando era adolescente. E nem mesmo vou citar o Skype, que é o mais óbvio simulador online que existe: o de telefone.

Acho que fui claro o bastante. A internet é um conjunto de cópias aperfeiçoadas de coisas e situações que sempre fizemos fora dela. De uma simples leitura de um jornal online a uma mera partida de poker online, são todos simulacros do real. Quem sabe agora, com o advento finalmente da Web 2.0 (da qual ouço falar há cerca de 5 anos), com as novas formas de utilização da tal da tecnologia Ajax e com as novas maneiras de programação, surja finalmente a verdadeira revolução da internet que, ao que tudo indica, ainda se encontra em estágio embrionário. E eu torço para que isso ocorra o quanto antes. Pois me incomoda bastante, como usuário, que as pessoas confundam uma revolução tecnológica com aquilo que a internet realmente é: uma inovação de costumes. Bastante relevante, verdade. Mas ainda assim, uma mera inovação de costumes.

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Opinião muito bacana. Como diria Luisa Micheletti, VJ da MTV: "a internet nada mais é do que um simulacro da realidade", não é mesmo? E a função social da internet, a meu ver, é justamente essa: fazer de uma forma mais ágil, mais democrática e mais global tudo aquilo que tem sido feito de outra forma há tempos.

Valeu pelo texto, Felipe!

domingo, março 11, 2007

Amor barato

Antigamente, o máximo de personalização que um consumidor podia ter em relação a um produto era escolher as cores dele, ou quem sabe, um ou outro acessório diferente. E então veio a Apple e transformou o que era uma tendência em realidade, com seus I-mac’s, I-pod’s e I-tunes. E assim, ela solidificou a sua filosofia de inspirar a criatividade e a singularidade de cada um.

Ela e outras marcas perceberam a necessidade das pessoas de se sentirem como indivíduos únicos. Desde então, muitas outras aderirem à tendência de incentivar os consumidores a interagirem com a marca. Primeiro com os produtos, depois com ações promocionais do tipo culturais até chegar a própria mídia. Hoje em dia, a participação do público chegou até a criação dos próprios comerciais das marcas. É o tal do CGM, CGC e outros “C” que têm ditado as últimas tendências de comunicação.

Mas até que ponto os consumidores são realmente são responsáveis por esse conteúdo e os tais “donos da festa”? Será que essa aparente boa-vontade das marcas não seria mais um dos artifícios marketeiros para trazer mais venda, dando aos clientes à falsa sensação de que eles são os principais criadores e responsáveis pelos produtos?

Por mais que a individualidade (?) seja um conceito up to date do marketing, as pessoas continuam consumindo, o que os poderosos querem que elas consumam” (1). Quando a Nike convida os consumidores a criarem seus próprios tênis, customizando os modelos através do NikeID, ela apenas muda a forma como os consumidores podem adquirir o produto. Ou quando a Dove dá a chance de “mulheres reais” participarem de seus comerciais, ela apenas muda os personagens de sua campanha em prol de um novo posicionamento.

Então, talvez essa necessidade de individualidade, ao mesmo tempo que é uma tendência real, também existe dentro de um limite. A participação do indivíduo no consumo talvez seja apenas uma sensação ilusória de liberdade criativa, visto que interagimos a partir de um modelo semipronto. E quando o fazemos também é baseado sobre um ponto-de-vista já influenciado por um pensamento produzido pela indústria de cultura e entretenimento.

Será que estamos mesmo no controle?

Quer saber mais?
(1) "O marketing pós-moderno" | Fred Tavares
How to crash the party | brandchannel.com
Brands and CGM | cgm

quinta-feira, março 08, 2007

O Marketeiro Irado!

Não pude deixar de dar uma atenção ao meu amigo Edu, que ao saber do Adrulez, tomou coragem para expressar seu lado "O Marketeiro Irado!". Vejam que desabafo:

"VELHOS MARKETEIROS, NOVOS CONSUMIDORES

O que está passando na cabeça dos marketeiros atuais? Sinceramente não tenho a mínima idéia. E as vezes me sinto até com vergonha de preguntar, já que sou um deles.
Minha indignação baseia-se nos seguintes pontos:
- A internet brasileira tem a maior taxa de crescimento do mundo.
- O Brasil está entre as dez nações com o maior número de internautas.
- O brasileiro passou o americano no que se refere a tempo gasto na Internet por dia.

Diante dessa realidade a verba de comunicação gasta no país em Internet cresce de maneira ridicula. E quando acontece, ocorre de maneira completamente fora de atingimento de público.

Os dados quantitativos já foram expostos acima. Agora analisemos,a situação de maneira qualitativa. De que maneira a Internet brasileira está crescendo: sites de reacionamento e blogs me parecem ser os grandes atores desse novo filme.

Basta analisar a reação da Google com o crescimento do Orkut. E o Orkut é literalmente um site de relacionamento composto por 80% de brasileiros. Blogs - estamos em um agora. Tomou o mercado de site de notícias, por uma simples razão. É o meio mais democrático de divulgação de noticias, pessoais ou sociais.

Peço dessa maneira a todos os marketeiros de plantão, acordem! Os jovens brasileiros são completamente conectados, falaz na linguagem do www, diminuiram as palavras e deram outros valores para as letras do alfabeto.

Aos meios de comunicação tradicionais apenas um comentário: ou mudam, ou adeus. Farão parte da história falida da comunicação brasileira, pois não viram uma simples coisa: o jovem brasileiro não pega na mão, ele apenas tecla.

Edú"

Taí um ponto de vista singular. Seria confortante se eu pudesse acreditar que as novas gerações de profissionais de marketing terão um mindset mais aberto.

Edú, aguardamos mais colaborações

segunda-feira, março 05, 2007

Trocando em miúdos

Falta tempo, falta espaço e às vezes, falta vontade mesmo pra absorver a enorme quantidade de informação que trafega por aí. Da mesma forma que em um gigantesco buffet de self-service, muitas vezes, ficamos perdidos com o tanto de conteúdo gerado, seja na TV, nas revistas e principalmente na Internet, onde o caráter interativo da nova web faz com que esse conteúdo seja produzido tanto pela mídia quanto pelo usuário.

É tanta informação que fica difícil filtrar tudo isso, que dirá se aprofundar em algum tema. Talvez seja por isso que Snack Culture é uma tendência que já virou um estilo de vida, não apenas para os neuróticos por internet, mas também para os consumidores em geral.

Na prática isso representa uma forma de consumir tudo em pequenas quantidades, nesse caso, não apenas produtos, mas principalmente notícias, cultura e entretenimento. E isso de uma forma quase desenfreada, das manchetes dos jornais que lemos rapidamente, até o "zapear" do controle remoto da TV.

Uma solução para o problema trazido pelo excesso de informação em comparação ao tempo disponível, que trouxe a necessidade de tudo ser resumido, sintetizado para que se pudesse consumir a maior quantidade possível de conteúdo e cultura.

Apenas mais uma conseqüência do pós-modernismo, em que um indivíduo fragmentado e sem identidade, dissociado de seu passado e duvidoso quanto ao seu futuro é jogado em uma corrente de informações, sem muito referencial para separar o que é bom do que não é, e se vê obrigado e consumir tudo desordenadamente na busca do seu centro.

Se por um lado, ela permite que se conheça um pouco o assunto antes de perder tempo e energia se aprofundando em coisas inúteis e realmente se focar no que interessa, por outro, pode ser apenas uma forma mais enfeitada de nomear uma forma superficial de ver as coisas.

Cabe a cada um escolher a melhor opção no cardápio que lhe é oferecido e decidir o seu jeito de consumi-lo.


Quer saber mais?
Snack Attack! | Wired
Snack Culture. Aceita? | Update or Die
Pós-modernismo | Wikipédia
Identidades culturais na pós-modernidade | BOCC

quinta-feira, março 01, 2007

Parece remédio, mas não é!

Não, esta não é uma seção nostalgia. Não vou linkar este post com um vídeo no Youtube, para a célebre e clássica peça (ta bom, confesso, procurei e não achei).

A frase “parece mas não é” ficou martelando minha cabeça. E logo fiz a seguinte leitura: será que tem marketeiro iludido achando que basta um bom conceito para vender um produto?

Explico melhor: o iPod tornou-se um sinônimo de categoria. Ninguém compra um MP3 Player. Tal fenômeno deu-se por inúmeras razões, dentre elas um excelente produto, com um estratégia de comunicação bem elaborada e executada. E é agora que vem o drama: porque nós ainda nos iludimos, ao conceber campanhas que simplesmente não se adequam ao conceito do produto e até, pasmem, da própria empresa.

Vou mais fundo ainda. Essa multinacional holandesa de eletrônicos por exemplo, quer nos vender uma campanha corporativa global sobre a simplicidade. Você já tentou usar um menu de configuração de uma TV de LCD? Tente algo mais simples, programar um DVD? Foi triste ver meu avô perdido no controle remoto, quanto tudo que ele queria era aumentar o volume da TV.

Eu tenho uma séria resistência a empresas que tentam vender algo que elas não são. A Apple tem tanto sucesso com seus produtos porque design e inovação são palavras cravadas no seu DNA. Não adianta posicionar seu produto “iPod alike” se ele não representa este conceito.

Quer mudar a maneira como os consumidores vêem seus produtos? Mude a forma de pensar e agir dentro de casa. Senão será apenas mais dinheiro jogado pela janela.

Bem vindo ao AdRulez

"O site de buscas especializado em blogs Technorati informou hoje que já existem 35,6 milhões de blogs e que a cada dia são criados em média 75 mil novos, ou seja, mais de um por segundo."

Pronto. Mais um blog criado. Sobre publicidade, design, internet, propaganda, marketing, e qualquer coisa que seja interessante discutir e arquivar. Aliás, o mais importante aqui é isso: discussão.

O AdRulez é uma via de informação democrática e interativa. Longe de uma verborrágica tentativa de alcançar alguma verdade, a intenção é criar um espaço livre de idéias, com textos e insights que vão trafegar pelas mais diversas áreas, sem se limitar a apenas uma caixinha de assunto. Por isso, sinta-se à vontade para opinar, elogiar, discordar ou reclamar. E se preferir, tudo ao mesmo tempo.

:: Para enviar seu texto, link favorito, dica, ou qualquer coisa que ache interessante publicar aqui: adrulez@gmail.com